Ricardo Porto Nunes tomou conta do grupo como cabo de 2006 até ao passado Sábado dia 29 de Agosto.
Foi à mesa de um café em Arronches que esta conversa com o Ricardo Porto Nunes decorreu.
T.A. - Muitos aficionados não sabem, mas o Ricardo dedicou-se aos desportos motorizados, entre 1993 e 2007. Fala-nos em traços largos dessa paixão por esse desporto.
R. P. N.- Foi um fase da minha vida bastante bonita, a minha participação nos campeonatos nacionais de enduro e todo o terreno.
T.A.- Entrando propriamente no mundo da tauromaquia, de onde veio este gosto pela tauromaquia?
R.P.N- Vem com as motas, por influência familiar o que despertou em mim uma grande paixão.
Desde que me conheço de ser gente, que vou aos toiros...
T.A.- Recorda-me como foi essa sensação em estar em frente a um touro pela primeira vez?
R.P.N.- Já não me lembro bem, já foi há alguns anos, mas deve ter sido como das outras vezes, receio de defraudar o público, disposto a dar o meu melhor e com vontade de tirar o maior partido do momento.
T.A. - Ricardo, como forcado e depois como cabo do teu grupo de sempre, os Amadores de Arronches,qual a tarde ou noite que te deu mais alegria?
R.P.N.-Houve muitas, mas vou guardar duas em especial, a noite da estreia do Grupo em 1999 em Arronches, em que peguei o primeiro touro "oficialmente"do grupo e a minha despedida, pelo simbolismo e pela festa que a rapaziada me organizou.
T.A.- O que é preciso, no entender do Ricardo para ser um bom cabo de Forcados?
R.P.N.- Não sei... Eu tentei ser o mais correcto em todos os aspecto. Mas a amizade, o respeito e a confiança que têm em ti no seio do Grupo, par mim é essencial.
T.A. - Todo o aficionado sabe, que levaste bem alto o Grupo de Forcados e a vila de Arronches. Qual o sonho como cabo que ficou por realizar?
R.P.N.-Ficaram alguns, não levei o Grupo a França, à Amarica Latina, nem ao Campo Pequeno.
Os primeiros ainda houve oportunidades, quanto ao Campo Pequeno nunca percebi como é que um Grupo, que nas ultimas sete temporadas, ficou nos primeiros lugares do "escalafon"não lhe foi dada essa oportunidade....
T.A.- Agora que te despediste das arenas,como vai ser, vais acompanhar de perto o teu Grupo de sempre, ou desligas completamente como muitos o fazem?
R.P.N.- Desligar completamente é de todo impossível.É outra família que tenho, que amo e de onde
saí porque achei que estava na hora e reunidas as condições para uma nova geração tomar
as rédeas do Grupo.Claro que vou acompanhar sempre que possa.
T.A.- A escolha do novo cabo, o jovem Manuel Cardoso como foi, foi uma escolha tua ou de todo o grupo?
R.P.N.- Foi uma escolha da maioria do Grupo, quem fica é que tem decidir quem quer no comando.
T.A.- Para terminar deixa um conselho aos aficionados, e outro para os Forcados Amadores de
Arronches?
R.P.N.-Para os aficionados que continuem a ir aos touros, que façam da festa uma verdadeira festa, para os empresários, se me permites,que a façam de forma séria e para os Amadores de Arronches que nunca esqueçam Amizade, Dedicação, Devoção e Humildade.
Se me permites, também, queria agradecer a todos os empresários que me ajudaram, que me
ouviram e acreditaram nos Amadores de Arronches, o meu MUITO OBRIGADO, tenho a maior admiração e respeito pela classe "Empresários" sem eles arriscarem, não havia
corridas.
T.A.- Ficamos por aqui, isto foi uma conversa bastante interessante entre um aficionado e um
GRANDE HOMEM que esteve nos comandos do Grupo de Forcados Amadores de Arronches.
Obrigado RICARDO PORTO NUNES por tudo o que deste ao mundo dos toiros.
Entrevista e foto: José Foles
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